quinta-feira, 6 de abril de 2017

Ramo 11 - A família de José Schallenberger e Maria Colling

Para finalizar a história de todos os filhos de Gregório Colling e Christina Bremm, apresento aos leitores o relato sobre a 11ª e última filha do casal, Maria Colling, dando origem ao Ramo 11 da Família Colling no Brasil. Aproveitem!

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- JOSÉ SCHALLENBERGER E MARIA COLLING -

Maria é a undécima e última filha do casal Christina e Gregório. Casou com José Schallenberger, estabelecendo residência em Pareci Novo, na estrada que vai a Porto Pereira, em direção a Montenegro. José era agricultor, e possuía gleba regular de terra, que se estendia até o rio Caí. A casa era muito simples, mas aconchegante. Eram pobres. Todos trabalhavam na lavoura. A mãe Maria ficava em casa cuidando dos pequenos, e levando depois o almoço aos que trabalhavam na roça. A alfafa era um dos produtos que ajudaram a manter a renda familiar. Produziam tanto que o José resolveu comprar uma prensa para enfardá-la.

Ramo 11: descendentes de José Schallenberger e Maria Colling

Além de agricultor, José era músico, tocava pistão, e era mesmo o 'chefe da banda'! Muito cedo ficou doente do pulmão, o que o impediu de trabalhar. Mesmo assim, não deixou de supervisionar os trabalhos da lavoura, o que fazia a cavalo.

A propriedade, que ficava às margens do rio, frequentemente era invadida pelas águas. E a família não perdia a ocasião de recolher alguns produtos, especialmente abóboras que vinham rio abaixo. Uma paixão do seu José era a pescaria, arte que aprendeu desde pequeno. Assim conta um filho: "Duas vezes por semana íamos pescar. O pai no espinhel, e eu no remo do caíque. Chegávamos a pegar peixes grandes, de 5 a 6 kg. O que mais dava era dourado e piava. Nossa pescaria não era com rede ou tarrafa; era só na base do espinhel e da espera. Todos gostávamos de comer peixe.". E continua o relato do filho: "Eu trabalhava pesado no ato, cortando lenha, que vendíamos em talha, para o sustento da família.".

Dos 5 filhos que o casal teve, 4 ainda estão vivos, e recordam seus pais com gratidão e saudade. O filho Reinoldo pediu ao pai licença para entrar no Seminário, o que lhe foi negado, visto que os estudos eram muito caros e a família teria dificuldade em pagá-lo

Maria é lembrada como pessoa bondosa, calma, extremamente religiosa, excelente cantora, acima de tudo um verdade exemplo de mulher e de mãe. Era de estatura alta, magra. Quando perdeu o esposo, aumentou ainda mais a pobreza da família, pois a filha mais nova estava apenas com 9 anos. As terras se 'evaporaram' com as dívidas. A família lutava por sua sobrevivência, vendendo alfafa, laranjas e hortigranjeiros, especialmente o pepino. Mais tarde, o filho Adolfo, ao casar em 35, adquiriu as terras e cuidou de sua mãe e da irmã Marta. Nunca lhes faltou a confiança no Senhor.

Certo dia aparecem na sua casa os sobrinhos Alberto Theobald e Aloísio Ritter, convidando o primo Alberto a acompanhá-los para o juvenato dos irmãos jesuítas. Recém havia falecido o marido. Alberto perguntou a mãe, que não disse palavra, mas começou a chorar. Não queria que o filho, justamente o mais velho, saísse de casa nesta circunstância. Era ele o arrimo, que deveria ajudar no sustento da família: e o Alberto ficou!

José morreu muito cedo, de problema cardíaco, em 1921, com 41 anos de idade, justamente no dia do aniversário da esposa.

Maria veio a falecer de complicações intestinais, câncer e hepatite, aos 7 de maio de 50, antevéspera de seu aniversário, quando completaria 72 anos. Apesar de sofrer muito com sua enfermidade, nunca se queixou. Os restos mortais do casal descansam no cemitério católico de Pareci Novo. Infelizmente, não existe foto da família para ser publicada.

Foto do túmulo de José Schallenberger e Maria Colling - Cemitério Católico de Pareci Novo (Lamentavelmente, não existem fotos do casal)

(Colling, Oscar João. A Família Colling no Brasil, Viamão, 1990, p. 52-53)

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